Luan Sperandio

Análise baseada em dados, evidências e literatura científica para facilitar a compreensão da política, da economia e do mercado.

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política, economia, filosofia, mercado

Por que viver de day trade não é tão fácil quanto parece

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viver de day trade

Com a queda na taxa de juros a mínima histórica, mais de 900 mil brasileiros entraram na Bolsa de Valores nos primeiros 7 meses de 2020, com o país agora tendo quase 3 milhões de investidores. Na busca por maiores rentabilidades em curto prazo, porém, muitos apostam no day trade, nome dado para quem compra e vende ativos dentro do mesmo pregão da Bolsa de Valores. Como os produtos têm suas cotações constantemente alteradas ao longo do dia, seja para cima ou para baixo, o objetivo do investidor nesta atividade é lucrar com essas oscilações de preço. Mas as evidências disponíveis sugerem que o

Mas, apesar da recente popularização, até que ponto é possível viver de day trade? Fácil não é. O mais recente levantamento encomendado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e publicado por pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas mostra que somente 127 pessoas, ou 0,12% desse grupo, tiveram lucro médio diário acima de R$100.

Os pesquisadores acompanharam o desempenho de quase 99 mil investidores que operaram algum minicontrato de índice ou de dólar entre 2013 e 2016. E, desse total, apenas 554 continuaram no Day Trade por mais de 300 pregões.

Como funciona o day trade?

As operações de day trade costumam ser feitas mesmo com base em variações pequenas, uma vez que são realizadas em escala. Por exemplo, se as ações de uma empresa X têm uma alta de 1%, um trader que tenha aportado R$ 10 mil nesses papéis poderia realizar um lucro de R$ 100, caso os vendesse após esse aumento. É preciso considerar ainda os custos da atividade, como a taxa de corretagem, emolumentos da bolsa e eventuais impostos.

Dessa forma, o conceito dessa modalidade é bem simples: comprar na baixa, vender na alta. Há técnicas para auxiliar nesse processo e obter melhores resultados. Entre as mais comuns estão a análise técnica (leitura de gráfico) e o “tape reading” (leitura de fluxo).

Ambas consistem, basicamente, em elencar padrões de movimento do mercado ocorridos no passado e utilizar-se dessas informações para decidir a entrada e saída de operações no futuro. São, portanto, cálculos de probabilidade do próximo movimento do ativo, isto é, o trader especula se o preço subirá ou descerá, esperando ganhar na transação.

Iniciantes nesse método costumam usar simuladores, para se acostumar à parte técnica e à velocidade do mercado antes de efetivamente começarem a operar. Para minimizar os riscos, os adeptos que buscam viver de day trade costumam definir limites de perda e metas de ganho para cada operação. A prática passou a ser mais conhecida, entre outros fatores, a partir da popularização de conteúdos voltados para educação financeira em diversas mídias, como o YouTube.

Promessas são sedutoras. Mas risco é alto

As promessas de ganhos rápidos e autonomia seduzem muita gente. Porém, o potencial de lucros expressivos possibilitado por essa estratégia é inteiramente fruto da volatilidade do mercado. Por esse motivo, ela é considerada de alto risco. E cenários imprevisíveis podem ocorrer.

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