O Ranking dos Políticos, um dos principais think tanks sobre política do país, realizou uma pesquisa com deputados federais e senadores para identificar, segundo a percepção dos parlamentares, qual o líder político com maior capacidade para liderar a centro-direita no cenário político brasileiro, diante da inelegibilidade do presidente Jair Bolsonaro para as eleições de 2026. Os resultados revelam insights interessantes sobre as preferências e percepções dos parlamentares.
De acordo com a pesquisa, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do partido Republicanos, emerge como o principal líder da ala conservadora do país, com expressivo apoio entre os deputados federais e senadores. Entre os deputados, 51% acreditam que Tarcísio de Freitas possui a capacidade política mais elevada para liderar o campo da direita, enquanto essa tendência é compartilhada por 30% dos senadores.
A avaliação da competência política de Tarcísio de Freitas também se destaca em relação aos demais nomes analisados. Para 69,6% dos deputados federais e 60% dos senadores, o governador de São Paulo possui alta capacidade política para liderar a centro-direita no país.
Em segundo lugar na preferência dos parlamentares, figura o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, do partido PSDB. Ele é apontado como o segundo parlamentar com maior potencial para suceder Jair Bolsonaro na liderança da oposição. Na Câmara dos Deputados, 13,7% dos parlamentares o veem como um líder viável, enquanto no Senado esse número sobe para 25%.
No entanto, a avaliação da capacidade de liderança de Eduardo Leite no campo da oposição é divergente entre os deputados federais e senadores. Enquanto 26,5% dos deputados têm uma avaliação positiva, 50% têm uma avaliação negativa. Já entre os senadores, a avaliação é predominantemente positiva, com 35% de apoio e apenas 15% de avaliação negativa.
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, do partido Novo, ocupa a terceira posição na avaliação dos deputados, com 12,7% de apoio, e empata com Michele Bolsonaro, esposa do ex-presidente, entre os senadores, ambos obtendo 15% de apoio no Senado.
A percepção dos parlamentares sobre a capacidade de Romeu Zema é majoritariamente positiva, com 36,3% na Câmara dos Deputados e 45% no Senado, enquanto a avaliação negativa é de 24,5% e 15%, respectivamente.
Por outro lado, as habilidades políticas de Michelle Bolsonaro são consideradas baixas por 65% dos deputados e 31,6% dos senadores. Na Câmara dos Deputados, apenas 11,8% têm uma avaliação positiva, enquanto no Senado esse número atinge 21,1%.
O senador Flávio Bolsonaro, do partido PL/RJ e filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, não desfruta de uma boa avaliação entre deputados e senadores. Segundo a pesquisa, 81,4% dos deputados e 65% dos senadores não acreditam em sua capacidade de liderar a ala conservadora, com apenas 5,9% de avaliação positiva na Câmara dos Deputados e 0% no Senado.
Metodologia
A pesquisa foi conduzida por meio de um questionário estruturado, o qual foi aplicado presencialmente no Congresso Nacional. Ao todo, foram entrevistados 102 deputados federais, representando 21 partidos distintos, e 21 senadores, pertencentes a 13 partidos diferentes. Essa seleção respeitou o critério de proporcionalidade partidária. Os questionários foram aplicados por entrevistadores que receberam treinamento pelo Ranking dos Políticos. As entrevistas foram realizadas entre os dias 13 e 14 de julho de 2023.
Sobre o Ranking dos Políticos:
Desde 2011 o Ranking dos Políticos é uma organização sem fins lucrativos dedicada a promover transparência e responsabilidade na política brasileira, mostrando um retrato fidedigno da performance dos representantes no Congresso Nacional, de forma apartidária e independente.
Por meio de sua rigorosa metodologia de avaliação, a organização avalia o desempenho dos políticos com base em três pilares: antidesperdícios (analisa-se as presenças nas sessões deliberativas, economia de verbas e a cota parlamentar), anticorrupção (parlamentares condenados em crimes contra a administração pública ou que respondem a inquéritos são penalizados) e antiprivilégios (o posicionamento dos parlamentares nas principais votações do Congresso são avaliados de acordo com avaliação de nosso Conselho).
Em 2022, o site da organização bateu a marca de 20 milhões de consultas ao Ranking que classifica o melhor parlamentar, materializando o impacto do trabalho desenvolvido até aqui.