Luan Sperandio

Análise baseada em dados, evidências e literatura científica para facilitar a compreensão da política, da economia e do mercado.

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política, economia, filosofia, mercado

Não faz sentido proibir (e nem restringir) o Pix

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Em um ano, o Pix superou as expectativas do Banco Central: movimentou mais de R$ 550 bilhões por mês por meio de seus 110 milhões de usuários e 8 milhões de empresas.

Foram 1,8 bilhão de transações, que movimentaram R$ 1,1 trilhão apenas no 2º trimestre de 2021. Com 12,8% de “market share”, esses números o tornaram o 3º meio de pagamento mais utilizado do país no período, atrás apenas dos cartões (50%) e dos boletos de pagamento (14,9%). Isso tudo em apenas um ano, já superando o volume de transferências bancárias, TEDs, DOCs e cheques.

Apesar dos números, por alegadas questões de segurança, o Banco Central restringiu o alcance da ferramenta e políticos em âmbito nacional e estadual já apresentaram projeto de lei de proibição do Pix.

Nada disso faz sentido.

Para mais segurança, mais tecnologia!

O Pix permite transferir recursos em questão de segundos por meio do celular a qualquer hora do dia, sendo gratuito para pessoas físicas. Por isso, rapidamente ganhou espaço na preferência dos brasileiros.

Contudo, com receios em relação à segurança, como transações fraudulentas a partir de sequestros e invasão de contas, o Banco Central criou limitações que, na prática, eliminam boa parte dos diferenciais que o PIX trazia em relação aos métodos antigos, como a TED.

Assim, criou limitações de valores em relação à horários. Mas há tecnologias muito mais eficazes para evitar fraudes bancárias.

A partir do histórico do usuário, é possível dispositivos bloquearem movimentações suspeitas em determinadas compras, transações a partir de horários e geolocalização.

A larga maioria das transações ocorrem, por exemplo, no trabalho e na residência do usuário.

Em eventual sequestro, por exemplo, a depender do local, dos valores e dos horários, as transações são bloqueadas automaticamente por não serem compatíveis com o comportamento padrão do usuário.

Ninguém fará transferências de alto valor (via de regra, muito superiores ao histórico de movimentações, de madrugadas, em lugares muito diferentes dos habituais. Essa combinação de fatores tende a caracterizar transações fraudulentas.

Assim, biometria facial, validação de documentos, comportamento histórico dos usuários e geolocalização são medidas já adotadas por instituições financeiras há vários anos, e mais efetivas do que as restrições feitas pelo Banco Central.

Para mais segurança, é preciso abraçar a tecnologia, não restringi-la. Caso contrário, estará apenas punindo os consumidores e as empresas, sem necessariamente protegê-los melhor.

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