Luan Sperandio

Análise baseada em dados, evidências e literatura científica para facilitar a compreensão da política, da economia e do mercado.

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política, economia, filosofia, mercado

Afinal, quais as chances da terceira via?

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As eleições de 2022 estão polarizadas entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Lula (PT), mas há muitos nomes na disputa que sonham desbancar um dos dois favoritos para alcançar o segundo turno — a chamada terceira via. O eleitorado deste grupo é composto pelos insatisfeitos com o governo atual, mas que reprovam o petista. Contudo, entre os candidatos que possam representar a terceira via, há atualmente tantos quanto em um time de handebol.

Entre eles, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB); Sérgio Moro (União Brasil)Ciro Gomes (PDT); a senadora Simone Tebet (MDB); e o cientista político Felipe d’Avilla (Novo). Juntos, esses candidatos somam entre 15% e 20% nas intenções de voto nas pesquisas.

Além disso, pode haver novos nomes. A despeito de o ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), ter perdido as prévias do partido para João Dória, ele saiu do governo Palácio Piratini e almeja disputar a indicação ao Palácio do Planalto nas Convenções Partidárias, que ocorrerá apenas em julho.

Moro foi para a União Brasil, onde enfrenta resistências a ser o nome do partido na disputa. Contudo, ele manteve a narrativa de pré-candidato à presidência. Disputar o Senado ou a Câmara dos Deputados por São Paulo são opções, mas o presidente da sigla, Luciano Bivar (União Brasil), colocou seu nome como candidato. Diante das dificuldades de acordo com outras agremiações, o ex-juiz compor uma chapa puro sangue como vice não é opção descartada. Afinal, quais as probabilidades de um desses candidatos ser bem sucedido?

Terceira via tem baixa chance de união em torno de um só nome em 2022

A LÓGICA DA DISPUTA ELEITORAL

O sistema partidário e a legislação eleitoral no Brasil fazem com que toda pré-campanha funcione como uma disputa de play offs (torneio de eliminação). Assim, há muitas candidaturas que se apresentam como balão de ensaio, em busca de sinalizações, busca por maior projeção proporcionada pela exposição ou mesmo um melhor acordo para retirada da candidatura posteriormente.

Dessa forma, os candidatos que se mostrarem mais competitivos tendem a permanecer, enquanto alguns dos outros devem sair do jogo. Nomes como Henrique Mandetta (DEM), João Amoedo (Novo) e o senador Alessandro Vieira (PSDB) já se retiraram da disputa. Existe, ainda, a possibilidade de algumas desistências, como do Cidadania, que está conversando com o PSDB e pode acabar apoiando Doria. Já a candidatura de Tebet, caso não emplaque, pode ser retirada pelo MDB.

Além disso, os votos entre esses candidatos são de um perfil do eleitorado heterogêneo (a segunda opção de voto do eleitorado de Ciro, por exemplo, é Lula, enquanto a segunda opção de voto dos simpáticos à Moro é Bolsonaro).

Essa pulverização da terceira via acaba favorecendo a polarização entre Jair Bolsonaro (PL) e Lula (PT).  Eventual surpresa ocorreria, contudo, se houvesse uma união entre os candidatos, como Moro e Doria. Afirma-se que há um acordo informal, mas não se sabe se ele será cumprido. Considerando que o tucano montou uma equipe de economistas para escrever seu programa, ele não deve desistir da cabeça de chapa; enquanto isso, o ex-juiz também não demonstra querer abrir mão da candidatura.

Tantos nomes acabam atrapalhando a chance de êxito de algum deles, mas a tendência é que Sergio Moro, João Doria, Ciro Gomes e Eduardo Leite permaneçam na disputa. Até porque, como se tratam de nomes políticos relativamente jovens, disputar o Palácio do Planalto pode ser uma forma de criar e divulgar uma narrativa preparando-se para ter maiores chances de sucesso em pleitos futuros, como em 2026 e 2030.

E QUAIS AS CHANCES DA TERCEIRA VIA?

Atualmente, a soma dos votos espontâneos dos dois candidatos que lideram a disputa em 2022 — aqueles em que há maior probabilidade de voto — estão entre 60% e 67% a depender do instituto de pesquisa. Esse número é mais do que o dobro para as pesquisas do primeiro trimestre das disputas presidenciais neste século, evidenciando a dificuldade para a viabilidade de um terceiro candidato.

Em política nada é impossível, mas, para isso ocorrer, seria necessário que os principais candidatos se juntassem em uma única candidatura.

O que pensa Sérgio Moro

Aproveitando que tive a oportunidade de mediar um painel com um dos nomes ainda na disputa (não se enganem), deixo a sugestão do conteúdo abaixo, em meu canal no YouTube.

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