A vacinação da Covid-19 para crianças de 5 a 11 anos deve ser iniciada no Espírito Santo no dia 15 de janeiro.
O grupo é composto por quase 400 mil crianças. Com a proximidade, muitas pessoas têm defendido a necessidade de vacinação antes do retorno às aulas presenciais das crianças, mas esse discurso não faz sentido.
O que pensa a Secretaria de Educação
O Secretário de Educação, Vitor de Angelo criticou a ideia de aguardar a vacinação de crianças para o retorno das aulas em suas redes sociais.
“No ES voltamos às aulas quando nem vacina existia, em 2020. Além disso, mesmo diante de uma nova variante, a escola já se mostrou um ambiente seguro, e os protocolos, eficientes. Devemos, sim, redobrar a atenção com cada um deles!”
O início do ano letivo de 2022 na rede estadual será em 03 de fevereiro. Até lá, o governo do Estado promete não poupar esforços para iniciar a imunização da Covid-19 entre crianças.
Estudos mostram que escolas não aumentam a contaminação
Estudo de Guilherme Lichand, professor de economia na Universidade de Zurique, em parceria com outros pesquisadores, analisou dados da reabertura das escolas em 131 cidades do estado de São Paulo, entre outubro e dezembro de 2020. Os resultados apontam que, seguindo os protocolos de segurança, em um contexto que ainda não havia vacinas, não houve aumento no número de casos nesses municípios causados pela reabertura, nem mesmo nas escolas com menor qualidade de infraestrutura.
Além disso, esse movimento não foi responsável por aumentar a mobilidade nas cidades de forma significativa. Isso porque, mesmo antes da reabertura das escolas, outros cidadão estavam se deslocando nas cidades, muitas vezes sem seguir protocolos de segurança.
Isto é, seguir os protocolos que já estão estruturados, como o uso de máscara, álcool em gel e distanciamento são o suficientes para a segurança no ambiente escolar.
Impacto na aprendizagem é maior nos primeiros anos da vida
A educação é fundamental para o desenvolvimento de bons profissionais no futuro e é nos primeiros anos de vida que os indivíduos mais desenvolvem sua capacidade de aprendizado. Por isso, não priorizar as escolas na retomada das atividades pode ter impactos no longo prazo em indicadores como produtividade, crescimento econômico e desigualdade social.
Vale destacar que cerca de 60% das famílias de crianças na escola pública não têm acesso à internet ou têm baixa qualidade na conexão e nas particulares, esse número é de 17%. A diferença no ambiente de aprendizagem dentro de casa chega a 20% entre famílias ricas e pobres. Ou seja, além de afetar na distribuição de renda, o ensino remoto deixa de atender diversos estudantes ao redor do país.
Dessa forma, é fundamental que as prioridades sejam redefinidas para que no futuro, a negligência à educação na pandemia não renda frutos ainda mais significantes sob o desempenho, formação e capital humano das futuras gerações.