Luan Sperandio

Análise baseada em dados, evidências e literatura científica para facilitar a compreensão da política, da economia e do mercado.

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política, economia, filosofia, mercado

10 coisas que as eleições 2022 mostraram

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Essa é a eleição presidencial mais complexa e disputada desde a redemocratização.

A coluna de hoje explora 10 pontos essenciais que a votação do dia 2 de outubro evidenciou e as perspectivas que eles podem significar.

1. De onde Bolsonaro precisa tirar votos?

O ex-presidente Lula (PT) venceu o primeiro turno com quase 6 milhões de votos a mais do que o atual presidente. Para vencer, Jair Bolsonaro (PL) terá de fazer um combo que envolve a) convencer a votar quem se absteve no 1º turno; b) diminuir a própria rejeição; e c) desidratar Lula. Uma alternativa para isso é aumentar a rejeição ao petista para quem votou nele dia 2 não votar no dia 30 novamente.

Bolsonaro conta 1 mentira a cada 3 minutos no Jornal Nacional

2. O poder da caneta

Bolsonaro tem a caneta na mão, o chamado ônus do incumbente, e deve fazer diversos pacotes de bondades para diminuir a própria rejeição e conquistar votos.

Antecipar pagamento de benefícios sociais, eventuais programas de perdão de dívidas das famílias e MPs com bondades setoriais são alternativas no radar.

Daniella Marques
A presidente da Caixa Econômica Federal, Daniella Marques, anunciará novo programa para pessoas e empresas endividadas que pode beneficiar até 4 milhões de devedores.

3. Erros nas pesquisas

Pesquisas não são prognósticos, mas retratos situacionais passíveis de equívocos. O problema foi que o desvio padrão da maioria dos institutos foi muito grande, subestimando o potencial eleitoral de Bolsonaro.

Mas alguns institutos se sobressaíram e devem ganhar mercado, como a Futura Inteligência, Paraná Pesquisas e Atlas Intel.

4. O tempo é amigo de Bolsonaro

Em 2014, a economia piorava, pressionando Dilma. Quanto mais rápido fosse a eleição, melhor para a petista.

Em 2022, a economia está melhorando com retomada de empregos. Levar o resultado para 2º turno ajuda Bolsonaro porque ele pode ganhar espaço entre eleitores indecisos.

O que Aécio e Dilma falaram no último debate das eleições - Época Negócios  | Visão
Na disputa presidencial em 2014, Dilma Rousseff (PT) venceu Aécio Neves (PSDB) apesar da economia transmitir sinais de enfraquecimento.

5. Palcos eleitorais importantes

Como candidatos da esquerda fracassaram nas urnas em alguns estados, Lula está sem palanques estaduais em colégios importantes, como Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro.

Aliás, Romeu Zema (Novo), reeleito em 1º turno, já declarou apoio e terá papel fundamental para Bolsonaro tentar virar votos no segundo maior colégio eleitoral do país.

Romeu Zema declara apoio a Jair Bolsonaro contra Lula | VEJA
Romeu Zema (Novo) anunciou apoio ao presidente Bolsonaro (PL).

6. Enquanto alguns comemoram, outros sofrem derrota

Esta foi a 4º disputa presidencial de Ciro Gomes (PDT), e foi a que amargou o pior resultado.

Simone Tebet (MDB) saiu da disputa maior em seu plano de disputar o Palácio do Planalto novamente em 2026.

Já o PSDB foi um dos grandes derrotados. Perdeu o governo de São Paulo, perdeu representantes no Congresso Nacional e somente sobreviveu na disputa no Rio Grande do Sul com a ida de Eduardo Leite para o 2º turno por pouco mais de 2 mil votos. O partido precisará se reinventar.

As chances de Eduardo Leite declarar voto em Lula no RS | Bela Megale | O  Globo
Eduardo Leite (PSDB) está no 2º turno no governo do Rio Grande do Sul.

7. Domínio de Bolsonaro na Direita

Em uma eleição de extremos, Bolsonaro ganhou “market share” na Direita.

Bolsonaro consolidou um movimento conservador que existia na sociedade, mas era desorganizado politicamente. Ganhando ou perdendo o Palácio do Planalto, esse modelo continuará.

8. Direita ganhou espaço no Congresso

Na Câmara, partidos que costumam votar juntamente com o Governo Bolsonaro, como PL, União Brasil, PP, Republicanos, Patriota, Novo e PTB, elegeram 250 deputados entre os 513.

Já no Senado, PL, União, PP, Republicanos e PSC, além de Podemos e PSDB, garantiriam 45 dos 81 votos

9. Já a esquerda no Congresso será minoritária

Na Câmara, os principais partidos de oposição ao Governo Bolsonaro, como PT, PDT, PSB, PSOL, PCdoB, PV, Rede somam 125 deputados, um quarto da Casa.

No Senado, PT, PDT e PSB terão somente 13 representantes.

10. Congresso com hedge de Lula

Com esse Congresso, riscos fiscais e retrocessos em agendas de reformas em um eventual governo Lula, como reestatizar a Eletrobras e a revogação da reforma trabalhista, foram mitigados. O petista terá de fazer concessões em projetos mais radicais para ter governabilidade.

Naturalmente, o ex-presidente Lula e seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), são muito habilidosos em articulações, além do fato da vocação do Congresso no Brasil ser governista. A eleição do próximo presidente da Câmara e do Senado serão decisivas nesse sentido.

Sobre este assunto, o Linha de Fogo desta última semana contou com a participação de Cristiano Noronha, vice-presidente da Arko Advice.

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